Os homens costumam teruma relação especial com seus carros. Algumas vezes essa relação pode assumir
uma dimensão pessoal, ou quase isso. Algo assim como se o automóvel se
transformasse em gente, que interage que devolve sensações em troca dos
estímulos que recebe. O nível de satisfação do feliz proprietário está
diretamente relacionado com o quanto a sua aquisição se aproxima do seu ideal. Em
geral se escolhe um carro pela sua beleza exterior, pela potência do motor,
modernidade da mecânica e pelo conforto interior, além da economia e segurança.
Homens elegem as
mulheres, com quem pretendem manter um relacionamento de maneira parecida. A
beleza exterior conta muito, mas também o potencial delas em satisfazê-los, a
sensação confortável que produzem por estar ao seu lado, o desempenho físico e
se são divertidas, são algumas das características procuradas na eleita. A
diferença: elas também exercerão o direito do voto e podem ser mais ou menos
exigentes.
Há vários tipos de
proprietários de carros, por exemplo: os que o trocam anualmente por um novo,
os que gostam de ter mais de um ao mesmo tempo e os que mantêm um mesmo
exemplar por anos a fio. Tudo depende do valor dado ao investimento feito.
Começando pelos últimos,
que mantém e preservam um mesmo exemplar. Pode ser que não dispunham de capital
extra para trocá-lo, mas prefiro acreditar que entenderam que o valor investido
no veículo de qualidade que adquiriram deva ser compensado por um período maior
de usufruto do bem. Estes homens, em geral, dedicam boa parte do seu tempo à
preservação das boas características do carro. Gastam horas na sua conservação
e limpeza. Procuram agregar valor e conforto adicionando itens acessórios. Geralmente,
não descuidam da correta manutenção do veículo, fazendo todas as revisões e
trocas necessárias. A estes sujeitos está garantido o usufruto do seu veículo,
em condições muito próximas às de novo, por anos.
Certos homens colecionam relacionamentos da mesma forma como aqueles que trocam de carro todoano. Sabemos que depois de tão pouco tempo, um carro zero ainda não devolveu ao
seu dono a satisfação que justifique a sua depreciação, ou seja, vai perder
mais complementando o preço de um novo, comparado com o que o outro já desvalorizou.
Será que não estão dispostos a perenizar uma união só porque o cheirinho de
novo já se foi? Ou a pesquisa prévia não foi bem feita? Talvez a intenção
inicial tenha sido colecionar experiências mesmo. Lembremos que o histórico
fica e este sempre poderá ser reconhecido como tal.
Outros homens há que
gostam da simultaneidade. Seja de carros ou de mulheres, a relação será sempre
superficial. A interação interpessoal não prescinde do aprofundamento e, sem
isso, a satisfação dificilmente será completa. Da mesma forma como o anterior,
o histórico fica.
Talvez estes dois
últimos tipos não tenham querido ou conseguido valorizar o seu investimento.
Não se interessam ou não se importam em saber que uma mulher pode retornar
prazer progressivo e crescente ao seu parceiro, quanto mais perceber que este
investiu muito ao elegê-la e dá muito valor ao seu investimento, além de
continuar investindo em preservá-la ao seu lado.
O investimento no
relacionamento não se mede em valor monetário, mas em tempo de vida. Este tipo
de capital não retorna da mesma forma que foi, mas pode retornar de forma muito
mais rica, com níveis de satisfação sempre maiores, desde que se tome cuidado
ao fazê-lo e maior cuidado ainda, ao preservá-lo.
Uma mulher bem
escolhida poderá, só por isso, ser uma parceira excelente. Caso seja bem
tratada, receba a atenção que merece de quem não se descuide da manutenção, receba
acréscimos de alguns acessórios e, sobretudo, esteja segura de que o seu
parceiro a ama, vai, com certeza, dar ao seu amado retorno imensamente maior do
que foi investido nessa relação.