Quantas vezes você observou o comportamento de
alguém que estava fazendo algo ousado (que não seus amores) e de imediato lhe
veio à mente um sentimento positivo, um elogio ou um “como eu queria ser como
ele”? Temos a péssima mania de primeiro ver os defeitos, fazer as críticas e ou
desvalorizar. Depois, quando sobra algo começamos a resgatar os famosos: “sim,
mas eu também..”! Acontece que enquanto focamos no outro não nos olhamos. Mas,
e os exemplos positivos, como são vistos? E tudo que podemos aprender
observando o comportamento dos outros?
É aqui que inicia nossa história de hoje. O quanto
os desafios alheios nos paralisam ou podem nos impulsionar!!!
Ousadia, coragem, desafio. Qual a última vez que
você experimentou isso?
Venho
trabalhando, atendendo e falando muito sobre estes temas, mas algumas vezes que
me deparo com exemplos de “ousadia e desafio” paro e avalio os meus segredos e medos.
Sabemos que sempre tem uma gota que transborda o copo e que nos impulsiona (ou
não, se acomodados formos) a mudar. Pois foi o que fiz. Queria escrever sobre
este tema, mas para isso precisaria “pega-lo a cabresto” (como se diz na
campanha). Vou dividir com vocês uma experiência que percebo ser um sentimento
comum às pessoas.
Tenho
medo de lugares altos e quando estou lá em cima de olhar para baixo! Então,
tinha que enfrentar isso. Fui ao Eco Parque em Nova Roma do Sul ver se consegui
fazer a famosa TIROLESA. Esta tirolesa é
uma atividade esportiva de aventura que consiste em um cabo aéreo ancorado
entre dois pontos com 600mt de extensão a uma altura de 80mt. Foi voar sobre
cascatas e avistar o Vale do Rio das Antas a mais de 50 km/h.
Ousei! Cheguei perto, coloquei o equipamento, olhei
ao redor e recebi as instruções. E, quando o instrutor soltou a roldana e começou a deslizar fui assombrada
por uma confusão de emoções. Pasmem! Não me deparei com o medo nos 600 metros
de extensão. Nem se quer um friozinho da barriga. Decepção? Não deu tempo
naquele momento frente à magnitude da beleza daquela paisagem. Surpreendentemente, quando estava lá em cima,
a sensação era de superação, de dona daquele vale deslumbrante, de um profundo sentimento de liberdade. Liberdade das
amarras da covardia vivida até então.
Iniciou-se na descida uma a montanha russa dos
sentimentos. O que havia acontecido com meu medo? Uma estranheza tomou conta
por segundos. Mas, logo, percebi algo mais profundo por trás dos meus
questionamentos.
O ser humano esconde seus conflitos atrás de um medo
real – assim como este da altura. A fonte do desconforto em resistir
durante anos ao impulso de enfrentar “nossos temores” é porque esses (os medos)
nós conhecemos e sabemos como conviver com eles, mas as emoções oriundas de enfrentá-los
quiçá podem atemorizar mais ainda. E naquele instante veio á tona todo tempo
perdido depositado no medo de altura.
Aí vem o
final desta história, o melhor disso tudo é a sensação de força e de confiança
quando temos a coragem de desafiar a nós mesmos e não mais os outros. Quando
paramos de ficar criticando o mundo externo e passamos a olhar para as nossas inseguranças e ficamos a cavaleira delas.Dominar o que domina trás paz e
relaxamento e, por isso a percepção de nos não sentir medo durante o enfrentamento.
As
pessoas vão confiar em você se você confiar em si mesmo. E para confiar em
si mesmo você tem que sair de trás das suas cortinas internas.
Pode ser
difícil no início, mas só podemos nos arrepender das coisas que deixamos de
fazer na vida porque elas passam e aquelas que encaramos dando certo ou errado
vão no mínimo nos mostrar a coragem e ousadia que tivemos ao enfrentá-las.
Supere-se,
amadureça, não perca tempo.